Te encontrei em uma dessas esquinas da vida, eu estava passando rápido demais e você me parou. Meu coração freou. E poderiam pensar que foi assim, de uma vez só. Mas foi de mansinho, sem eu notar, sem que eu pudesse fugir. Mão na nuca, sussurro no ouvido, um sorriso arrebatador. Eu sorri de volta me deixando cair em seus braços. Que braços! Eu não queria sair e você também não deixava. A gente dançava no mesmo compasso, tinha o mesmo timbre e a mesma pegada. Musical e carnal. Tão leve e tão intenso, cheio de perguntas que nunca seriam respondidas e eu nem me importava. Eu nunca quis entender o que tivemos, porque o que importava era que existiu. Amanheceu e junto com a lua, você se foi. A luz do Sol entrou em nosso quarto alugado por algumas horas e trouxe junto a realidade e a singela saudade dos momentos da noite que passou. Pensei em contar para minhas amigas, mas talvez elas dissessem que já tiveram algo parecido, talvez realmente achassem um caso clichê. Deixa pra lá. To