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Mostrando postagens de 2017

Eu sou a mulher do GPS

A gente bem que tenta, mas a vida tem seu jeito de dar uma volta em nossos planos e nos surpreender. Olha, se posso afirmar sem dúvidas sobre alguma característica minha é que eu sou uma pessoa extremamente organizada. Desde bem novinha aprendi a usar o Excel e sou fascinada por tabelas. Se pudesse montava todos os meus dias em planilhas! Mas tudo bem, eu me contento com a agenda do Google bem divididinha por cores.  Gosto de planejar o meu final de semana com antecedência, e isso é verdadeiramente motivo de briga com meu namorado, caso ele queira mudar os planos em cima da hora. Falando nisso, sou o tipo de pessoa que monta o roteiro da conversa inteirinha na cabeça antes de uma DR. E os meus livros são organizados nas prateleiras por autor e gênero.  O que eu quero dizer com isso? Bom, que eu não sei por que continuo perdendo meu tempo com tanta sistematização. É inútil. Vivo perdendo a cabeça - e a paz - por coisas que fogem do meu controle, afinal, quem consegue controlar a

Nuvem preta em cima de mim?

Eu não sou exatamente o tipo de pessoa que podemos chamar de positiva, tenho uma tendência a não me criar expectativas com nada. Por outro lado, estou longe de ser alguém que só reclama da vida. Normalmente, resmungo um pouquinho, e logo em seguida, tento enxergar o lado bom das situações que me acontecem e tropeços que dou. Mas tem época que é mais difícil que outras. Vez ou outra, fico achando que sou o ser humano mais azarado da face da terra! Não é possível que exista alguém que perca mais ônibus que eu ou que já tenha sido tão assaltada quanto. Não é possível que os meus planos não possam dar certo nem uma vezinha sequer. N-ã-o-é-p-o-s-s-í-v-e-l. E olha, já perdi a conta de quantas vezes chorei por acreditar que tinha uma nuvem preta em cima de mim, impedindo que coisas boas acontecessem em minha vida. Mas é pura cegueira, eu sei. Todos têm seus próprios calos, e se eu tenho pouca sorte (digamos que próxima a zero) em certos aspectos, tenho toda a sorte do mundo em ou

Quero distância de amores de ressaca.

A primeira vez que eu li Machado de Assis foi na escola. Eu tinha por volta de quinze anos e li o seu romance mais conhecido: Dom Casmurro. Não foi tão doloroso quanto para a maioria dos meus amigos, porque eu sempre fui viciada em livros, entretanto, eu não compreendi a história de verdade. Ainda assim, os "olhos de ressaca" de Capitu me chamaram a atenção, sem mesmo entender o que eles significavam. Há pouco tempo, com vinte e três anos, eu reli a mesma obra. Com outra visão, compreendi a perspectiva de Bentinho e também o significado de "ressaca". Mas n ão, o foco não é a narrativa. Apenas quis utilizar a história como contextualização, sem querer ser crítica e sem entrar na discussão sobre a Capitu ter traído ou não o marido (mas ela não traiu! hehe).  O tal "olhos de ressaca" de Capitu mexeu comigo, porque eu sempre tive pavor de ondas e de toda a sua instabilidade. Para mim, praia boa é aquela de água paradinha, água cristalina e sem possib

Eu só sinto saudade.

Eu minto todos os dias para todo mundo, mas não consigo mais mentir para mim mesma. Eu sinto saudades de você e é uma saudade, sinceramente, bastante irritante. Ela vem e volta, brincando comigo. Quando acredito que estou bem, o peito aperta por conta de alguma bobagem que me fez lembrar da gente. Dia desses, comentaram de você perto de mim. Sem maldade, eu sei. Comentaram que você conseguiu um novo emprego e eu, fingindo maturidade, consegui sorrir amarelo. Não que eu não estivesse realmente feliz por você, eu só fiquei triste de saber isso por outra pessoa. A gente passou por tanta dificuldade junto e, caramba, eu nem posso te dar parabéns por essa conquista. Ontem mesmo almocei com um amigo do escritório e ele arrumou a comida do jeito que você fazia. Não é patético que eu ainda me lembre do modo como você organizava o seu prato? Ainda teve o dia (vários, confesso) em que passei em frente àquele restaurante que íamos todas as sextas-feiras e que eu nunca mais tive coragem de

Amigos, eu vou errar de novo.

Eu só queria dizer que eu jurei que "dessa vez ia ser diferente", que eu aprendi a lição e seria totalmente desapegada, mas não acreditem. Nada vai mudar. O meu coração é besta e ele não vai deixar de ser. Eu vou continuar me apaixonando por um sorriso bonito em meio à multidão imprensada no ônibus. Vou sentir o coração acelerar se o carinha da noite anterior me mandar mensagem de bom dia.  Vou ficar pela primeira vez e já decidir o dia do casamento e o nome dos nossos filhos. Vou aceitar namorar, mesmo que seja pela sexta vez - em um ano. Vou me entregar, vou quebrar a cara, chorar por algumas noites e fazer tudo de novo. Porque eu não consigo ser feito essas pessoas que são medrosas, que nunca estão totalmente envolvidas por receio de acabar se machucando.  Eu não sei viver pela metade, desviando de olhares e experiências. Eu quero pecar pelo excesso, eu quero apostar as minhas fichas em tudo que fizer o meu coração acelerar, não importando quanto tempo a felic