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A melhor coisa para paquerar na modernidade (?)


Estávamos sentados no meio de uma praça de alimentação de um shopping movimentado da nossa cidade. Eu não sabia o que dizer, ele menos ainda. Logo ele que vinha puxar assunto comigo todos os dias no whatsapp! Fiquem sabendo que esse é o mal do mundo moderno, as pessoas não sabem mais conversar quando estão uma de frente para a outra, olho no olho. Nos sentimos mais a vontade utilizando emoticons.

Mas também, aonde eu estava com a cabeça quando aceitei sair com esse cara? Aonde estava o meu bom senso quando baixei no meu celular o tal aplicativo que minhas amigas diziam ser a melhor coisa para paquerar na modernidade? Nota-se que eu disse paquerar e isso já mostra o quão antiquada eu sou. Não sei porque fui querer bancar a moderninha!


Ele foi simpático, confesso. Como eu disse, puxou assunto comigo durante vários dias consecutivos, sem nem tocar no assunto de sairmos, quando na verdade, isso já é algo meio que implícito quando duas pessoas se curtem nesse aplicativo, pelo que li nas regras. Agradeci, pois se após conversarmos por dias, esse "encontro" já estava sendo uma tragédia, imagina se acontecesse antes de hoje?


Mas a verdade é que eu preferia ele de boca fechada mesmo. Ele tinha uma voz muito estranha. Fanha, fina e eu já disse estranha? Eu tive que me segurar para não rir assim que ele disse a primeira palavra. Além do mais, tínhamos marcado de ir ao cinema e depois jantar em algum lugar, logo, coloquei o meu vestido preferido e ainda olhei tutorial de maquiagem para um primeiro encontro no youtube. E sabe como ele me apareceu? Com uma camisa do Botafogo e um tênis de corrida. Tenho nem palavras para expressar o que senti naquele momento.


Fomos assistir a um filme que eu estava louca para ver. O filme era lindo e triste, então me expliquem, por favor, o porquê dele ter ficado rindo como se tivesse assistindo a um programa de comédia da Multishow? Nunca senti tanta vergonha na minha vida! As pessoas estavam chorando, inclusive eu queria chorar, e ele gargalhando. 

Depois do cinema, as coisas só foram de mal a pior, porque ele era realmente muito bobo e ficava repetindo as mesmas coisas diversas vezes. Tudo bem que não tínhamos assunto, mas entre uma opção e outra, o silêncio é uma ótima saída.

Para resumir e dar um crédito ao rapaz, ele me levou num restaurante de massas incrível, o que não fez da noite um completo erro. E foi isso. Inventei uma desculpa ridícula para ir embora mais cedo e não, eu não dei sequer um beijo nele, o que deve ter sido uma grande decepção para o coitado - que, por sinal, ainda puxou assunto comigo alguns dias após esse encontro. Dá para acreditar?

O que eu realmente quero dizer é que longe de mim julgar os adeptos dessa nova forma de conhecer pessoas, mas para mim não funcionou. Podem me chamar de antiquada ou romântica demais, mas senti que estava forçando algo deveria ser natural. Na verdade, faltou alguma coisa. Uma troca de olhares, um sorriso no canto da boca, aquele interesse no estilo, no andar, no jeito de conversar, e não simplesmente em uma foto. 

Ps: Ele era bem bonitinho e até melhor do que nas fotos, pelo menos nisso não foi propaganda enganosa!

Comentários

  1. Gostei muito desse texto, Carol, e ri bastante! =)
    Eu estava pensando nisso nessa semana, porque minha mãe tá bancando o cupido de duas pessoas que nem se conhecem e eles parecem bem empolgados, sabe? Fiquei pensando se eu teria a mesma coragem de sair com alguém que não conheço, acho que não.
    Na verdade, desde sempre eu fui assim como você. Parece que coisas marcadas ou combinadas não funcionam bem...
    Beijo!

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    Respostas
    1. Essa era a intenção! :)
      Que bom que gostou, Glenda!
      Sei muito bem que somos parecidas nesse sentido.
      Bjs!

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