Oi Pedro, Não esperava encontrar uma carta sua em meio ao amontoado de correspondências aqui de casa. Foi uma surpresa boa, confesso. As coisas estão muito bem na minha vida, voltei ao Brasil há menos de duas semanas, por isso, demorei a responder. Ao terminar de ler a sua carta, parei para pensar no quanto o amor vai muito além de sentir borboletas no estômago. Ele é cruel e doloroso, obriga-nos a ser mais forte do que imaginamos ser e no final, ainda assim, sobram boas lembranças. Você se lembra quando eu te falei que nunca havia sofrido tanto por alguém, dias antes de embarcar? Meu coração precisava te dizer aquilo. Desculpe se te magoei, mas hoje eu posso dizer que são os opostos que o amor nos proporciona. Eu te amei como nunca havia amado também. E quando nos perdemos, o sofrimento inédito seria inevitável. Ainda me lembro da sua voz, mesmo que vagamente. Ainda me lembro do quanto adorava andar de toalhas pela casa e a cada dia fazer uma nova dança engraçad