Pular para o conteúdo principal

Uma pena você.


A verdade é que olhando para trás, consigo perceber o quanto você me deu pouco. O quanto foi tudo tão medido e tão cronometrado. Não sei se foi por medo ou simplesmente você já tinha planos para cair fora em algum momento mais para frente, só sei que, independente dos seus motivos, foi covardia. 

Eu cheguei com bandeira branca, nunca te pedi mais do que você podia me oferecer, pelo contrário, eu aceitei você do jeito que você era. Suportei o tamanho do seu ego, respeitei o seu espaço, aprendi a lidar com os seus defeitos, fui paciente - até demais. 

Seria hipocrisia dizer que eu não esperava reciprocidade, afinal, quando a gente se entrega verdadeiramente para alguém, a gente deseja ser correspondido, é óbvio. Mas mais do que isso, eu, particularmente, espero sempre sinceridade. Nas pequenas coisas e nas maiores. No dia a dia e em situações específicas. Portanto, essa sempre foi a minha única condição, o meu único pedido. E se eu peço isso, é porque eu já sou bem grandinha e já aprendi a lidar com a verdade, com a frustração de escolher caminhos errados e com os desencontros da vida. 

Por isso até hoje eu não entendo o por quê. Porque você deixou que eu me envolvesse, se você não pretendia se envolver também. Porque você não me falou a verdade sobre os seus planos desde o começo. Porque você permitiu que nossa história chegasse tão longe, se você pretendia fugir. Porque, enfim, você preferiu interpretar, me iludir em vez de me liberar logo.

Mas se tem uma coisa que eu finalmente consegui entender depois que o meu coração acalmou, foi que eu era muito para você. Eu fiz tanto, me entreguei tanto, fui tão verdadeira com o que eu sentia e queria, que isso provavelmente te assustou. Logo você, tão pequeno, como ia suportar todo o meu amor? Como ia merecer todo o meu cuidado? Você não aguentou a pressão, não aceitou a chance de se livrar da gaiola que você mesmo se prendia. Uma pena.

Uma pena a sua covardia, uma pena o quanto você é mesquinho, uma pena a sua visão de mundo, uma pena, rapaz, uma pena você.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Inspiração: ilustrando o amor

O meu tema preferido é o amor, mas acho que isso dá pra perceber né? rs E há  alguns meses eu vi uma matéria linda no site Hypeness  sobre um ilustrador coreano, Puuung , que se inspira em momentos simples, daqueles que a gente consegue enxergar claramente o amor no dia a dia de um casal, para criar suas ilustrações. Hoje ela apareceu novamente na minha timeline, e eu senti que precisava compartilhar por aqui esse trabalho tão incrível e que nos arranca sorrisos e suspiros.  Abaixo estão algumas das minhas preferidas, mas indico que vocês cliquem no link para conhecer melhor o ilustrador.  Sorte de quem consegue se identificar com os momentos ilustrados né? ♥

Só é estranho.

É completamente estranho ter que voltar a viver sozinha, depois de um longo tempo dividindo a vida com alguém. Não estou dizendo que é ruim, nem bom, isso é muito particular de cada história. Só é exatamente como eu disse no início: Estranho. É que é inevitável não se acostumar. Nós, seres humanos, adoramos o conforto e acredito que não exista nada mais confortável no mundo do que ter um parceiro, um melhor amigo, um amante, e tudo isso em uma mesma pessoa. É simplesmente incrível e fácil de viciar. Daí os dias se tornam mais completos porque você pode contar àquela pessoa sobre o dia insuportável que teve ou da prova que arrebentou na faculdade. Pode comentar sobre a nova música que o seu ídolo lançou e mandar para o e-mail dele um texto que achou a cara de vocês. Ou um algum texto de sacanagem só para apimentar a relação. Pode falar que está com saudade mais de uma vez no dia, porque não vai soar estranho. Não para aquela pessoa. Você pode planejar o que farão no final de

Com o coração já tão despedaçado, o que mais eu tenho a perder?

Eu sei, eu estraguei a nossa noite que você tinha preparado com tanto cuidado.  Eu sei, eu fui covarde e imatura.  Eu sei, eu te assustei quando você acordou de madrugada e me pegou chorando na sala. A verdade é que eu entrei em desespero, ok? Porque eu senti o meu coração se abrindo. Eu acreditei em você, nas suas palavras, na verdade do seu sorriso ao me contar dos seus planos para gente, e caramba, não devia acontecer isso! O combinado era que eu não me entregaria a ninguém, o combinado era me manter distante e protegida.  Porque eu realmente não sei se estou preparada para encarar as minhas feridas, passar por cima dos meus traumas e me permitir ser feliz sem pensar no que pode ou não acontecer. É que é inevitável, a gente fica meio desacreditado, sabe? Ver a mesma história se repetindo tantas vezes... Por que logo com você seria diferente? Por que eu teria que te dar um voto de confiança? E, se quer saber, eu encontrei a minha resposta sem precisar responder coisa al