Tudo passa.



Hoje eu parei para pensar na verdade da frase “Tudo passa” e seus derivados. É aquela coisa, a gente acha que vai amar pra sempre, que vai doer pra sempre, que seremos condenados à tristeza pra sempre e... Parou né gente? Quem nunca sofreu por um amor que atire a primeira pedra. E quem nunca sofreu duas vezes também. Mas agora me respondam, quem nunca foi feliz com um novo amor após uma maré meio braba? Pois então. 
Falo porque já experimentei dessa fase negra. Decidi olhar pra trás e há um certo tempo, tudo estava tão confuso e sem rumo na minha vida... Você sempre acha que aquele amor, aquele relacionamento é eterno e quando tudo acaba, opa, cadê as minhas estruturas? E as pessoas me diziam ‘as coisas vão melhorar’, eu achava graça com um certo toque de irritação. São frases tão batidas que já perderam o crédito, ainda mais para alguém que não está afim de esperar pela manhã seguinte, quer a solução, quer o alívio de imediato. E sabe, eu não sei se as pessoas falam estas frases por falar, já que todo mundo diz e fica fácil na hora de consolar um sofredor. Ou se elas realmente são testemunhas da vida.
A verdade é que hoje, quando eu o vi passando pela rua, o meu coração sorriu como quem diz: Enfim, estamos bem. Ele já encontrou um novo alguém para dividir suas loucuras e eu já estou com quem tem cuidado muito bem de mim. Descobri que viver sorrindo é bom, mas melhor ainda é o Sol que vem depois de uma tempestade. Traz um ar novo. A chuva lavou e Sol aparece pra mostrar como está tudo limpo. O que se vê, tira o fôlego ao mesmo tempo em que enche os pulmões encorajando a recomeçar. 
E se me permitem, vou discordar um pouco da frase base, pois não acredito que as coisas passam. Ele não passou para mim, mas o amor se transformou em história. Na realidade, fiz uma mudança no imóvel da minha vida e assim, trocando as coisas de lugar e aderindo a um novo visual, outros móveis e objetos sobressaíram. Ele ainda está ali, como uma moldura antiga ou coisa do tipo, ele enfeita, mas não é mais a mesa de centro da minha sala. As coisas permanecem, o que muda é a posição, de destaque para coadjuvante. 

Maria Carolina Araujo

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