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O amor que eu quero.


O meu ponto de ônibus fica em uma praça e enquanto eu esperava que ele viesse, vi um casal de velhinhos que estavam brigando. Feio mesmo, e ao final, a senhora o deixou falando sozinho. Ele ficou bastante sem graça e olhando para mim, deu um sorriso como quem diz “faz parte” e foi atrás dela. Eu que não consegui parar de olhar aquela cena (em parte porque achei, no mínimo, diferente), ver aquele senhor ir atrás de sua esposa, me chamou muito a atenção. Quem sabe o errado era ele e ela, cansada de mais um erro, foi embora para esfriar a cabeça? Quem sabe era mais um exagero de mulher, mais um show que nós, modéstia a parte, adoramos fazer? Quem sabe ainda foi só uma briga boba que logo iria passar? Mas nada disso importa, a questão é que ele foi atrás dela. E isso, nos dias de hoje, compete de igual para igual com o seu oposto: deixar pra lá. As pessoas desistem fácil, não querem lutar, não querem se sacrificar. E isso pode ser qualquer coisa, menos amor. Não me venha com essa história de amor-próprio porque esse é fundamental e eu reconheço o seu valor, mas em uma relação verdadeira ele não é tão primordial assim porque outras coisas são igualmente importantes. O fato é que o amor que eu conheço é ceder de vez em quando, porque é imensa a vontade de estar junto e bem, acima de tudo. O amor que eu quero para mim é igual ao desse casal, que provavelmente já discutiu diversas outras vezes durante o seu casamento, mas que ainda assim, o senhor foi atrás, não deixou de lado, sem sentir vergonha por isso. Porque amar é confiar e por isso, um pensa no outro e não sente falta de pensar em si mesmo, porque tem certeza que o seu parceiro está fazendo esse papel muito bem.

Maria Carolina Araujo

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